terça-feira, 31 de março de 2015

Motivos para agradecer e ser feliz - a lista de Março

Garimpando, eis a lista:

  • Recebi minhas diárias atrasadas. "Quem tem amigo, não morre pagão".
  • Castração e adoção da "Mãezinha". Menos um peludinho no Canil. Parceria com a Apasap. Muito, muito feliz!
  • Médicos e exames para Janaina e papai. Exames ok!
  • Noite de Poemas - A poesia pela luz dos olhos teus...
  • Uma linda bata de renda feita pela minha mãe. Mãos de fada.
  • Luzes no cabelo com a Ligia.
  • Ipva's - carro e moto - quitados.
  • Um Vivara Antoniette.
  • A juíza já julgou meu processo de conversão da separação em divórcio. Faltam as finalizações.
  • Livros novos da Joanna de Ângelis: releituras. 

terça-feira, 24 de março de 2015

domingo, 22 de março de 2015

De Camões - Soneto

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

                           Luís de Camões

sábado, 21 de março de 2015

Prelúdio

Antes de morrer quero merecer voltar no tempo. E só percorrer as doces lembranças. Quero deitar para dormir e perceber que estou a vagar pelas dobras do tempo, como num sonho; porém um sonho real que me leva de volta à estrada de chão dos domingos à tarde, quando voltava da casa de minha avó. Minha solidão infantil era povoada de sonhos vindouros e olhos atentos às florezinhas da estrada.
Quero o cheiro da chuva. O mesmo ar... E a indecifrável segurança do regaço materno, que não importa o lugar - bom ou ruim, rico ou pobre, com mesa farta ou ausência do pão - nos proporciona o sono leve, tranquilo, seguro. Só porque ela está ali...
Quero os sabores. O caminhar pelas ruas da mocidade. E a ingenuidade da mocidade.
Quero perceber-me leve e de todo tão afastada do meu entorno, que vou sentir despir-me do corpo e partir, acompanhando uma mão amiga que veio buscar-me. Como a livrar-me de uma roupa que não me serve mais e, por isso mesmo, sem sofrimento, sem dor.

Crédito da imagem: Vida Simples

sexta-feira, 20 de março de 2015

São tantos quereres para poucas manhãs...
Esse calor...
Essa lentidão de tudo, até dos ânimos.


quinta-feira, 19 de março de 2015

Paradoxo

Aos poucos a alma vai deixando de se rebelar e volta ao normal. O problema está que sou cartesiana demais para transgredir loucuras.
Quero sempre a paz do travesseiro e temo ser arrojada em investimentos.
Só não me cansa o amor!
Ilustração da artista vietnamita Cowpea

quarta-feira, 18 de março de 2015

Crédito da imagem: desconhecido.
Nenhuma praia.
Nenhuma montanha.
Nenhum quintal.
Nenhum jardim.

Nada, além de mais um dia que se cumpre.

Nenhuma partida.
Nenhuma chegada.
Nenhum cataclisma
para mudar a ordem das coisas,
fazer a roda girar,
tirar o lodo,
o mofo de nossas almas milenárias.

Mas não se deve dar guarida à amargura.
É preciso olhar a água que já se tem...

Ser grato!

Eu mesma, às vezes,
não me suporto Pollyanna.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Camadas

Às vezes penso que para nos desvencilharmos do "homem velho" que há dentro de nós, vamos eliminando camadas, como uma cebola. Ou como um caranguejo, que ano a ano troca a casca porque a "roupa" fica apertada demais.
Nossas camadas estão na alma. Ao eliminar uma velha, a que surge está bem sensível, fininha e, somente aos poucos, bem aos poucos, vai encorpando. E é nesse momento em que ainda estamos com a camada fina, que sofremos e choramos nossas dores de homem novo querendo suplantar o homem velho.
Hoje estou com minha camada tão sensível que não posso ficar com argumentações, muito menos com rebeldias. Estou proibida de pensar demais, questionar demais, forçar qualquer reflexão. Preciso descansar a alma. Não fazer planos, nenhuma análise, nenhuma lista
Estou de luto. Perdi uma grossa camada que eu sei, não me servia mais... e não me fará falta. Mas eu estava "protegida" com ela. É um paradoxo. 
Sinto a alma arder, porque exposta. Mas sei que superei um pouquinho mais a mim mesma. Cada lágrima de dor doída da alma nos engrandece, enrijece nossas camadas e nos prepara para uma mudança.
Novamente as palavras estão me faltando. Há, dentro de mim, a concepção da ideia, mas meu vocabulário é empobrecido demais para expressá-la. Num outro momento...
Por ora, vou cuidar do meu luto. Vou descansar.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Vou seguindo, ouvindo estrelas, nessa divina comédia humana...

Divina Comédia Humana

Belchior

Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol
Quando você entrou em mim como um Sol no quintal
Aí um analista amigo meu disse que desse jeito
Não vou ser feliz direito
Porque o amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual
Aí um analista amigo meu disse que desse jeito
Não vou viver satisfeito
Porque o amor é uma coisa mais profunda que um transa sensual
Deixando a profundidade de lado
Eu quero é ficar colado à pele dela noite e dia
Fazendo tudo de novo e dizendo sim à paixão morando na filosofia
Eu quero gozar no seu céu, pode ser no seu inferno
Viver a divina comédia humana onde nada é eterno
Ora direis, ouvir estrelas, certo perdeste o senso
Eu vos direi no entanto:
Enquanto houver espaço, corpo e tempo e algum modo de dizer não
Eu canto.

http://www.kboing.com.br/belchior/1-1007614/

Ora (direis) ouvir estrelas!

Olavo Bilac

XIII
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto ...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

Fonte: www.jornaldepoesia.jor.br

segunda-feira, 2 de março de 2015

Que venha Março!

Melancolia = excesso de passado
Ansiedade = excesso de futuro

Então, aproveite o dia! A cada dia...


"Não vos preocupeis com o dia de amanhã,
 pois o dia de amanhã preocupar-se-á consigo mesmo. 
 A cada dia basta o seu mal." 
(Evangelho de Mateus 6,34)