sexta-feira, 31 de março de 2017

Motivos para agradecer e ser feliz - a lista de Março

Confesso que estou relutante com a lista de Março. Em meio a tantos aguilhões, extrair motivos para agradecer e ser feliz parece forçar uma situação, insistir e banalizar o sofrimento. E o sofrimento existe e deve ser respeitado. Descobri que o sofrimento resseca... As lágrimas não saem... O corpo somatiza... E sofremos mais... Perdemos nossa avó, papai foi operado de novo (e ainda está internado), a questão do pagamento dos inativos continua crítica e para fechar o mês, Janaina quebrou o pé. Minha pressão foi nas alturas, fui ao médico, aumentei os remédios, vieram os efeitos colaterais e o mal-estar continua. Melhor parar...
E não fazer a lista?
Claro que não... Sobraram minutos nestes 31 dias para viver e observar que a felicidade existe. E ser grata por ela. Esses minutinhos felizes sustentam os outros tantos não tão felizes assim. Vamos ao meu suporte em Março:
  • Marina e Daniel morando juntos em Viçosa, matriculados na UFV, ambos com bolsa de iniciação científica (ela, pelo coeficiente de rendimento; ele, pelas medalhas da OBMEP).
  • 6 meses de Pilates.
  • Uma foto da minha infância encontrada em meio às fotografias da vovó. Nela, estou com meus avôs Cininho e Vilção, meu "laços e laranjas..."
  • Em meio à crise, um telefonema que ajuda.
  • Trabalho em dia, cumprido, tarefas enviadas, tudo ok no EPA e na SMEC.
  • Nosso pé de sete-léguas floresceu. A primeira flor foi registrada em 04 de março.
  • Pequenos ajustes domésticos (grade do basculante, resistência nova no chuveiro, uma lâmpada trocada, solda no portão, vasinhos novos com suculentas, a placa luminosa para o cantinho do café).
  • Mais oração e vigilância.
  • As roupas lavadas pela Rosa. Ah, que cheirinho bom! Como isso me faz feliz...
  • Alguns quilinhos a menos (o lado bom da dor).
  • Uma Iemanjá linda da Junia Machado. Presente pelo Dia da Mulher.



quarta-feira, 22 de março de 2017

Atualização de Dados - é bom saber...

ATUALIZAÇÃO DE DADOS
SOBRE O PISO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO MUNICIPAL
DE SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA – 2017

Piso Nacional 2017 para 40 horas: R$ 2.298,80
(publicado em 12/01/2017, com aumento de 7,64% em relação a 2016)
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Valor proporcional para Professor II (22,5 horas semanais, de acordo com Plano de Carreira em vigor): R$ 1.293,075
Piso municipal em vigor: R$ 857,98 (último aumento concedido foi em 1°/12/2015)
Diferença em valores absolutos: R$ 435,09
Diferença em percentuais: 50,71%
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Valor proporcional para Professor I (14% de diferença em relação ao piso do Professor II, de acordo com o Plano de Carreira em vigor): R$ 1.474,10
Piso municipal em vigor: R$978,09 (último aumento concedido foi em 1°/12/2015)
Diferença em valores absolutos: R$ 496,01
Diferença em percentuais: 50,71%

sexta-feira, 17 de março de 2017

Maria José Corrêa Barros

Maria José Corrêa Barros é minha avó materna. Hoje, 17 de março de 2017 ela nos deixou. Retornou à Pátria Espiritual depois de 92 anos bem vividos. Não posso escrever sobre minha avó em poucas linhas e nem estou em condições de fazê-lo, mas não poderia deixar de registrar esse dia no meu memorial. Às 18 horas seu corpo era sepultado, no exato instante em que os sinos dobravam na Igreja Matriz de Santo Antônio de Pádua e a Ave Maria ecoava nos ares. Um agradável cheiro de chá de erva doce vinha de algum lugar acompanhando a brisa e marcando aquela despedida.
Muitas palavras definem minha avó. Para mim, altivez é a mais forte.


quarta-feira, 15 de março de 2017

Laços e Laranjas - uma imagem

Receber essa imagem ontem, da minha irmã, foi a consagração do meu post Laços e Laranjas. Aqui estão meus dois avôs: Cininho e Vilção, exatamente como descrevi no texto. Essa menina de vestidinho azul sou eu com seis ou sete anos... É essa menina aí da foto que aprendeu a fazer laços com o vô Cininho e descascar laranjas com o vô Vilção. A imagem materializa o texto.
Minha irmã Maria Gorethi veste pantalonas vermelha e Jomarzinho (meu primo) já mostra pose de militar. Atrás da câmera meu querido tio Jomar, a registrar a poesia de viver...
À direita, a enorme casa dos meus avós maternos (Maria José e Cininho), onde vivi os domingos da minha infância. Emoção demais! A foto estava nas coisas da vovó e foram parar (dadas as circunstâncias) na casa de minha irmã. Essas surpresas boas que a vida nos reserva...
Agora, o texto tem imagem e trilha sonora: A Fazenda, de Milton Nascimento.
Água de beber
Bica no quintal
Sede de viver tudo
E o esquecer
Era tão normal que o tempo parava
E a meninada respirava o vento
Até vir a noite e os velhos falavam coisas dessa vida
Eu era criança, hoje é você, e no amanhã, nós
Água de beber
Bica no quintal, sede de viver tudo
E o esquecer
Era tão normal que o tempo parava
Tinha sabiá, tinha laranjeira, tinha manga rosa
Tinha o sol da manhã
E na despedida,
tios na varanda, jipe na estrada
E o coração lá

Laços e Laranjas (Julho/2015)
Os corredores são sombrios, mas persisto na certeza de que vai valer a pena. Diante de mim uma porta. Posso bater e abrir. Posso desistir e recuar. Decido pela primeira opção. E abro bem devagarinho, para que não haja barulho e nem surpresa pela minha chegada. Se possível, quero ultrapassar sem ser notada. Mas como prever o que nos aguarda depois do limiar?
Abro a porta. Agora é claridade! Uma luz diáfana desenha um novo quadro diante de mim. Do lado esquerdo - talvez por ser o lado do coração – aquele homem franzino que sempre carrega consigo um chapéu, bigodes, cigarro e lindos olhos verdes transparentes. Doces olhos verdes.
Acomodado num sofá e com sorriso acolhedor, acena para que eu arraste um banquinho e me acomode à sua frente. Tira do bolso da camisa de tergal um pacotinho daquelas folhas de seda onde deposita fumo picado e, num ritual demorado, prepara um próximo cigarro. Mas, desta vez, as folhas não são para seu próprio deleite.
Em milésimos de segundo, enquanto acompanho seus movimentos, observo seus bigodes amarelados como também são amareladas as pontas dos dedos. Olho seus pés, aqueles dedinhos redondinhos sempre nos chinelos. Pés pequenos e impressionantes dedos redondinhos.
De volta à realidade deparo-me com o desafio de aprender a dobradura de um laço do amor. Algo trabalhoso para uma criança de sete ou oito anos... No entanto, é um desafio. A paciência, o amor, a perseverança desse homem, em cada folha “desperdiçada” imprime em meu cérebro todas as dobras, todos os ângulos, e o nó final perpetua-se em meu coração.
Sorrimos cúmplices com o resultado!
Um barulho do lado direito me faz girar. Uma cadeira de assento de palha é arrastada e um grande homem acomoda entre as pernas um balde cheio de laranjas. Suas pernas são magras e compridas como também são compridos seus cabelos brancos. Seus olhos são castanho-esverdeados, como os meus.
Traz consigo um pequeno canivete suíço e também me convida a sentar ao seu lado para descascar laranjas.  Entrega-me uma pequena faca de cabo de madeira. Algo perigoso para uma criança de seis ou sete anos...  Posso sentir o cheiro do creme Trim de modelar os cabelos, que ele usa todas as manhãs.
Pacientemente começa a demonstrar o ofício, alertando para não machucar a fruta. A cada tentativa degustamos o sabor do nosso trabalho - e rimos - e temos a escorrer pelos cantos da boca o doce sabor do momento.
Dado por satisfeito no primeiro tentame propõe novo desafio: descascar sem nenhuma “ferida”, para que num único furo superior todo o suco seja sorvido. Ensina-me a segurar a faca e fazer o furinho, repetidas vezes. Nem o sumo impregnado em minhas mãozinhas representa incômodo.
Bebemos cúmplices nosso resultado!
Volto novamente meu olhar para a esquerda e meu avô continua lá sorrindo para mim. Um homem de nome imponente – Porcino de Souza Barros  – mas que para nós – e todos os outros também - sempre foi o vovô Cininho ou “Seu” Cininho. Sua figura franzina, dada a pouco trabalho físico, e sua sensibilidade no trato com as pessoas nunca fizeram dele o Sr. Porcino.
Tomo-o pela mão e me aproximo do meu outro avô, também de nome imponente – Wilson Cretton – que foi batizado Vilson por sua mãe, e por um erro de registro virou Wilson, mas sempre foi – para nós e para os outros – o vovô Vilção ou “Seu” Vilção.
Duas figuras tão distintas! Dois amores tão semelhantes! Como não ser feliz na vida quando se tem no mesmo caminho um Cininho e um Vilção?

quarta-feira, 8 de março de 2017

Bem-vindo, Março!

... E parabéns para nós, pelo Dia Internacional da Mulher!

By Junia Machado

É rainha das águas e ainda traz felicidade...

quinta-feira, 2 de março de 2017

Asas para voar... Raízes para voltar...

Marina e Daniel juntos em Viçosa. Ambos na UFV - Universidade Federal de Viçosa. Uma alegria!
Ela, Jornalismo. Ele, Contábeis.
Marina sai do Edifício Petrina, na Rua dos Estudantes e vai para o Edifício Central, apto 211, com o irmão.