sexta-feira, 26 de maio de 2023

AEPH #12 Cantiga do Perdão

 CANTIGA DO PERDÃO

Não te iludas, amigo,

Por mais se expandam lágrimas contigo,

Todo lamento é vão...

Tudo o que tende para a perfeição,

Todo o bem que aparece e persiste no mundo

Vive do entendimento harmônico e profundo,

Através do perdão...

Se perdoardes aos homens as faltas que fazem contra vós, vosso Pai celeste também perdoará os vossos pecados; mas se não perdoardes aos homens quando vos ofendem, vosso Pai não perdoará os vossos pecados. Mateus 6: 14 e 15. 

Na oração do Pai Nosso “perdoa as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido”. 

Na oração de São Francisco de Assis “... é perdoando que se é perdoado”).

Perdão que lembra o sol no firmamento,

Sem se fazer pagar pelo foco opulento,

A vencer, dia a dia,

A escuridão da noite insondável e fria

E a nutrir, no seu longo itinerário,

O verme e a flor, o charco e o pó, o ninho e a fonte,

De horizonte a horizonte,

Quanto for necessário;

Jesus nos ensina que a misericórdia não deve ter limites. Há duas maneiras diferentes de perdoar: a primeira é grande, nobre, verdadeiramente generosa, sem segundas intenções, tratando com delizadeza o amor-próprio e a suscetibilidade do adversário, ainda que ele tenha toda a culpa; a segunda é quando o ofendido, ou aquele que se crê ofendido, impõe condições humilhantes para perdoar e faz sentir o peso de um perdão que irrita em vez de acalmar. (ESE, capítulo X). 

Caso Alfredo, Paulo e Ismália – Os Mensageiros, capítulo 27.

Perdão que nos destaque a lição recebida

Na humildade da rosa,

Bênção do céu, estrela cetinosa,

Que, ao invés de pousar sobre o diamante,

Desabrocha no espinho,

Como dizer que a vida,

De caminho a caminho,

Não despreza ninguém,

E bela, generosa, alta e fecunda,

Quer que toda maldade se transfunda

Na grandeza do bem...

Procura nas vítimas da maldade algum bem com que possa soerguê-las. Antes de tudo, lembra quão difícil é julgar as decisões de criaturas em experiências que divergem da nossa! Como refletir, apropriando-nos da consciência alheia, e como sentir a realidade, usando um coração que não nos pertence? Além disso, nos porblemas de crítica, não te suponhas isento dela. Através da nociva complacência para contigo mesmo, não percebes quantas vezes te mostras menos simpático aos semelhantes! Se há quem nos ame as qualidades louváveis, há quem nos destaque as cicatrizes e defeitos. Se há quem ajude, exaltando-nos o porvir luminoso, há quem nos perturbe, constrangendo-nos à revisão do passado escuro. Usa, pois, a bondade, e desculpa incessantemente. (Emmanuel, Fonte Viva, 135)

Perdão que se reporte

À brandura da terra pisoteada,

Esquecida heroína de paciência,

Que acolhe, em toda parte, os detritos da morte

E sustenta os recursos da existência,

Mãe e escrava sublime de amor mudo,

Que preside, em silêncio, ao progresso de tudo!...

Haverá casos em que seja útil revelar o mal de outra pessoa? Se as imperfeições de uma pessoa só prejudicam a ela mesma, jamais haverá utilidade em fazer com que outras pessoas as conheçam, mas se elas podem prejudicar a outras pessoas, é preferível o interesse de um grande número de pessoas ao interesse de apenas uma.

Há na prática do perdão, e na prática do bem em geral, mais que um efeito moral, há também um efeito material. Os espíritos vingativos muitas vezes perseguem, além-túmulo, aqueles contra os quais conservaram seu rancor. Perdoar os seus inimigos, a fim de eliminar, antes de morrer, todos os motivos de desavenças – “reconcilia-te com teu adversário enquanto estais a caminho com ele” – (Mateus 5: 25 e 26);

Deus não deixa aquele que perdoou ficar exposto à vingança – (ESE, capítulo X).

Amigo, onde estiveres,

Assegura a certeza

De que o perdão é lei da Natureza,

Segurança de todos os misteres.

Perdoa e seguirás em liberdade

No rumo certo da felicidade.

Vantagens do perdão:

  1. Promover a extinção do mal por fruto de ignorância ou manifestação de enfermidade da mente;

  2. Impedir a formação de inimigos que poderiam surgir e aborrecer-nos indefinidamente, alentados por nossa aspereza ou intolerância;

  3. Liberar de qualquer perturbação no tocante a ressentimento;

  4. Imunizar o campo sentimental dos entes queridos contra emoções, ideias, palavras ou atitudes suscetíveis de marginalizá-los, por nossa causa, nos despenhadeiros da culpa;

  5. Defender a tarefa sob nossa responsabilidade, sustentando-a a cavaleiro de intromissões que, a pretexto de auxiliar-nos, viessem arrasar o trabalho que mais amamos;

  6. Impelir o agressor a refletir seriamente na impropriedade da violência;

  7. Adquirir a simpatia de quantos nos observem, levando-os a admitir a existência da fraternidade, em cujo poder dizemos acreditar. 

(Emmanuel, Aulas da Vida, 16)

Nas menores tarefas que realizes,

Para lembrar sem sombra os instantes felizes

Na seara da luz,

Na qual a Luz de Deus se insinua e reflete,

É forçoso exercer o ensino de Jesus

Que nos manda perdoar

Setenta vezes sete

Cada ofensa que venha perturbar

O nosso coração;

“Se vosso irmão pecou contra vós, ide e falai-lhe sobre a falta em particular, entre vós e ele. Se vos ouvir, tereis ganhado um irmão. Então, aproximando-se dele, Pedro disse: Senhor, quantas vezes perdoarei meu irmão quando ele houver pecado contra mim? Será até 7 vezes? Jesus lhe respondeu: Eu não digo até 7 vezes, mas até 70 x 7 vezes.” (Mateus, 18: 15, 21 e 22)

– Ninguém possui medida bastante capaz, a fim de avaliar as dificuldades alheias. Em muitos episódios da vida, aqueles que nos prejudicam ou nos magoam, frequentemente se encontram de tal modo jungidos à tribulação que, no fundo, sofrem muito mais pelo fato de nos criarem problemas, que nós mesmos, quando nos supomos vítimas deles. (Emmanuel, Ceifa de Luz, 21).

Isso vale afirmar,

Na senda de ascensão,

Que, em favor da vitória,

A que aspiras na luta transitória,

É mais do que importante, é essencial

Que te esqueças, por fim, de todo mal!...

Chico Xavier, a vizinha, o cachorro e a máquina de costura.

Se vos dizeis espíritas, que de fato o sejais; esquecei o mal que vos tenham feito, e pensai em uma coisa: no bem que podeis fazer. Feliz, pois, aquele que pode adormecer, a cada noite, dizendo: nada tenho contra o meu próximo. (Simeão, 1862, ESE).



E que, em tudo, no bem a que te dês,

Seja aqui, mais além, seja agora ou depois,

Deus espera que ajudes e abençoes,

Compreendendo, amparando e servindo outra vez!...




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