Não gosto de escrever diretamente aqui no blog, costumo fazer um "rascunho". Na verdade, registro no meu livro de memórias e depois vou lapidando para fazer o post. Acontece que hoje meu livro não está perto de mim e senti vontade de escrever... Talvez porque o tempo esteja nublado e me remeta a uma certa nostalgia ou porque senti o que eu denomino de "antagonismos da alma". Explico-me: fiquei por duas horas na manicure, ritual que cumpro semanalmente nos últimos 11 anos. Na verdade, bem mais tempo do que isso, mas com essa mesma manicure já entrei na segunda década. Um sábado fico lá por uma hora, no outro, dobro o tempo (pé e mão). Se eu voltasse no tempo não faria unha, deixaria de acordo com a natureza. É um ritual escravizante. Por outro lado, a sensação de limpeza é bem agradável e como minha profissão coloca-me numa "vitrine", preciso estar, no mínimo, apresentável. Tenho uma grande sensação de tempo perdido, mesmo que o resultado esteja aqui, materializado no meu corpo.
Isso é só a pontinha do iceberg do que chamo "antagonismos da alma" porque existe toda um reação em cadeia sobre coisas que eu penso que poderia estar fazendo e que realmente fariam uma diferença no mundo. - E, com certeza, fazer unha não é uma delas. - Coisas que gosto e sei fazer, mas exigem a atitude corajosa do primeiro passo, a atitude do desprendimento...
Hoje inverti a ordem: fiz daqui meu rascunho. Depois que lapidar no meu livro de memórias, faço uma outra publicação: a 80.1.
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