quinta-feira, 1 de maio de 2014

TRABALHO, Pão e Circo 2014

Há exatamente 01 (um) ano publiquei minhas reflexões sobre a relação trabalho e lazer, a partir da análise do contexto local. Passados 365 dias sinto necessidade – e uma espécie de obrigação íntima – de revisitar essas impressões e ambientá-las no cenário atual. O que mudou?
De forma análoga, eu poderia começar a falar de uma experiência vivida no show de Chitãozinho e Xororó. Quando apenas faziam sucesso com a música Fio de cabelo, estiveram em Pádua, durante a Exposição Agropecuária e, curiosamente, a apresentação foi num domingo à tarde, às 15 horas, se não me engano. Final dos anos 80... Lembro-me que, enquanto a maioria só via graça nas franjas arrepiadas da dupla, eu cantava Fio de Cabelo com um entusiasmo retumbante.
Parênteses: (gostar de música sertaneja de raiz é herança do meu avô, que me convidava para assistir Rolando Boldrin, no Som Brasil).
Quase três décadas depois a dupla continua em atividade e já consta na programação da Expo Pádua 2014. Claro que dessa vez não tive apelos de minha filha para levá-la ao espetáculo. Então, vamos aos fatos. A carta de shows da exposição continua tão atraente quanto no ano passado. E isso é bom. “Nem só de pão vive o homem”. A neurociência já comprovou que um momento prazeroso provoca efeitos químicos no corpo que permanecem por vários meses, refazendo as energias, proporcionando felicidade.
A remuneração já tem dia e hora marcada. Um ganho para o servidor, que pode planejar sua vida, sentir o chão sob os seus pés. O sentimento de segurança também gera bem-estar.
Por outro lado, temos desafios prementes. Dois janeiros e o funcionário público sequer teve 1 real de aumento. Nenhuma notícia boa para o Dia do Trabalho... Ficamos assim, feito passarinho no ninho, de bico aberto, esperando que as leis sejam aprovadas, esperando que sejam publicadas, esperando os trâmites burocráticos. O problema é que a conta da padaria não espera, a energia é cortada sem pena e sem dó, as necessidades da sobrevivência não coexistem com tanta morosidade!
Bom seria se eu pudesse encerrar aqui minhas considerações, mas a questão do contratado continua instável. Doloroso ser testemunha das lágrimas de quem está sendo demitido pela terceira vez... Não há sentimento de segurança, não há a possibilidade de planejar uma prestação... Não há espaço para o sonho. E eles também “precisam de um descanso, precisam de um remanso (...) que os tornem perfeitos...” Questão que não dá mais para adiar.
Fiel da balança equilibrado, desejo aos meus colegas um feliz feriado; quero finalizar com uma fala do Mestre Elder Azevedo durante a palestra do dia 28 próximo passado: “quando estou com raiva (do sistema) aí sim, dou a melhor aula, dou o melhor de mim”. Desse modo, mantemos altiva nossa dignidade.

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