O título desse post remete-se a Carlos Drumond de Andrade, cujo livro de aforismos tem como apresentação - do próprio autor - a seguinte reflexão: "assim como os antigos moralistas escreviam máximas, deu-me vontade de escrever o que se poderia chamar de mínimas, ou seja, alguma coisa que, ajustada às limitações do meu engenho, traduzisse um tipo de experiência vivida, que não chega a alcançar a sabedoria mas que, de qualquer modo, é resultado de viver.
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A narrativa seguinte, costurada por frases, é resultado do viver, ajustada às limitações de meu engenho literário. Traduz uma experiência vivida e é uma mínima leitura deleite. Como trata de uma manta que virou roupão, justifica o título.
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Férias de julho...
Lojas Leader
Manta infanto-juvenil com estampa de dinossauros...
Hum...tem também com estampa do céu carregadinho de estrelas, planetas, foguetes...
Qual escolher?
Tão lindinhas...
Mas os dinossauros tem um sentido especial.
"Alessandra, o que você vai fazer com uma manta infanto-juvenil? Mal cobre o pé..."
Um roupão, claro!
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Na quinta é aniversário do filho. Todos vão para o sítio...
Mãe, olha o que eu trouxe? Faz um roupão para mim? Pode ser na medida do seu...
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Domingo.
Domingo é dia de almoço no sítio com a família.
O roupão já está pronto!
Mãe, você não é fácil... Quando gosta da ideia faz rapidinho...
E Marina (recém-chegada de viagem e sem saber de nada disso) fica doida no roupão.
"Ah, quero também". "Faz um para mim, vó". "Eu amei". "Amei demais."
E ela, que nunca pede, nunca insiste... resolve cair na insistência... E comove, e mobiliza todo mundo.
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Segunda-feira.
De novo na Leader.
"Não tem mais... Vai chegar um caminhão de mercadorias na quarta... Talvez venha."
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Quarta-feira. "Não veio..."
Snif!
Uma procura em outras lojas, talvez algo parecido...
Nada!
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Mas, como dizia minha avó, quem tem amigo não morre pagão.
De volta na Leader.
O gerente?
Leonardo, irmão de uma amiga, conterrâneo de solo paduano.
Meu amigo, não teria na Leader de Itaperuna?
"Posso verificar agora. (tic-tac, tic-tac) Tem sim, recebi a confirmação pelo WhatsApp. Compre um cartão-presente no valor, que trago amanhã para você. Moro em Itaperuna."
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Que bichinha de sorte essa Marina.
O que não fazem as mães?
Movem mundos e fundos...
No dia seguinte... Eis a manta azul com a abóbada celeste.
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O que não fazem as avós?
Realizam os desejos (ao pé da letra) dos netos; neste caso, da neta.
Mãe, podia ter ficado maior...
"Ela pediu assim, disse que queria curto".
Não adianta torcer nariz.
Daniel, com seu senso de humor, finaliza a história:
"Marina, mamãe mandou você dobrar seu guardanapo."
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Isso é memorial! Já entrou nas Dobras do Tempo.
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A narrativa seguinte, costurada por frases, é resultado do viver, ajustada às limitações de meu engenho literário. Traduz uma experiência vivida e é uma mínima leitura deleite. Como trata de uma manta que virou roupão, justifica o título.
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Férias de julho...
Lojas Leader
Manta infanto-juvenil com estampa de dinossauros...
Hum...tem também com estampa do céu carregadinho de estrelas, planetas, foguetes...
Qual escolher?
Tão lindinhas...
Mas os dinossauros tem um sentido especial.
"Alessandra, o que você vai fazer com uma manta infanto-juvenil? Mal cobre o pé..."
Um roupão, claro!
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Na quinta é aniversário do filho. Todos vão para o sítio...
Mãe, olha o que eu trouxe? Faz um roupão para mim? Pode ser na medida do seu...
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Domingo.
Domingo é dia de almoço no sítio com a família.
O roupão já está pronto!
Mãe, você não é fácil... Quando gosta da ideia faz rapidinho...
E Marina (recém-chegada de viagem e sem saber de nada disso) fica doida no roupão.
"Ah, quero também". "Faz um para mim, vó". "Eu amei". "Amei demais."
E ela, que nunca pede, nunca insiste... resolve cair na insistência... E comove, e mobiliza todo mundo.
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Segunda-feira.
De novo na Leader.
"Não tem mais... Vai chegar um caminhão de mercadorias na quarta... Talvez venha."
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Quarta-feira. "Não veio..."
Snif!
Uma procura em outras lojas, talvez algo parecido...
Nada!
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Mas, como dizia minha avó, quem tem amigo não morre pagão.
De volta na Leader.
O gerente?
Leonardo, irmão de uma amiga, conterrâneo de solo paduano.
Meu amigo, não teria na Leader de Itaperuna?
"Posso verificar agora. (tic-tac, tic-tac) Tem sim, recebi a confirmação pelo WhatsApp. Compre um cartão-presente no valor, que trago amanhã para você. Moro em Itaperuna."
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Que bichinha de sorte essa Marina.
O que não fazem as mães?
Movem mundos e fundos...
No dia seguinte... Eis a manta azul com a abóbada celeste.
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O que não fazem as avós?
Realizam os desejos (ao pé da letra) dos netos; neste caso, da neta.
Mãe, podia ter ficado maior...
"Ela pediu assim, disse que queria curto".
Não adianta torcer nariz.
Daniel, com seu senso de humor, finaliza a história:
"Marina, mamãe mandou você dobrar seu guardanapo."
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Isso é memorial! Já entrou nas Dobras do Tempo.
Quase um mês depois, as fotos...
O registro no blog.
E a pergunta da avó: "Marina já foi na padaria de manhã com o roupão?"
Ãh?...
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