O dia 15 de fevereiro vai entrar para a história com a tragédia em Petrópolis, provocada pelas chuvas na região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Uma tristeza sem precedentes na cidade, que não me cabe discorrer, visto não ser o propósito desse post. Basta uma pesquisa mais acurada nos meios de comunicação e será possível ao leitor inteirar-se do ocorrido. O registro nas Dobras do Tempo decorre dos desdobramentos da tragédia. De tudo o que li e assisti, o que mais tocou-me foi a situação daqueles dois ônibus sendo tragados pela correnteza e a luta dos passageiros para se ajudarem mutuamente e se salvarem. É possível ver nas imagens o jovem Gabriel da Rocha, de 17 anos, andando sobre o ônibus e o momento em que ele desaparece, puxado pelas águas... Que dor para uma mãe... Um pai... Inenarrável. Os dias que se sucederam - e ainda hoje - estamos acompanhando a determinação do pai, em meio às águas barrentas, segurando-se em cordas, à princípio de forma solitária, em busca do filho. Até que neste último 21 de fevereiro, o Jornal O Globo publicou, em seu Instagram, uma notícia de um mergulhador profissional integrando a força-tarefa de 50 pessoas em busca do jovem desaparecido. Ao ler a reportagem vi que o mergulhador se chama Nangib dos Santos Silva. Imediatamente me lembrei do Nangibinho, filho da prima de minha mãe, Maria do Carmo dos Santos. Feitos os contatos familiares, foi possível confirmar que se tratava dele mesmo. Fiquei comovida em ver a foto daquele homem compenetrado na árdua missão de utilizar-se de sua profissão para "confortar" um coração paterno. E me lembrei de quando éramos adolescentes e íamos passar nossas férias de verão em Rio Bonito, na casa de nosso avô Vilção e alguns dias em Araruama, na casa da prima Maria do Carmo. Foram alguns verões maravilhosos, quando a vida tinha todos os sonhos ainda a se realizarem... Na época, as crianças - Aline, Vinícius e Nangibinho (assim chamado porque o avô era o Sr. Nangib) eram bem pequenas e nós ficávamos todo o tempo por conta deles. Nangib era o bebê, que está comigo na foto abaixo, no balanço. Devia ter uns 8 ou 9 meses... Registro de janeiro de 1983, eu com 12 anos de idade. A casa era imensa, uma varanda que a contornava completamente. Ficava localizada ao lado do Condomínio Aldeia Mar e Sol, na praia de Iguabinha. A dor da tragédia vergasta minha alma; mas veja! Ao ver essa foto, uma nostalgia invadiu-me, recordando-me também que nunca sabemos quem serão nossas crianças e, por isso mesmo, devem ser cuidadas como um bem precioso. No caso, Nangibinho virou um lindo mergulhador.
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