Introdução com a dinâmica:
Pense num coração lindo, enorme.
Pense numa pessoa que você ama e coloque o nome da pessoa nesse coração.
Pense em duas qualidades dessa pessoa.
Levanta a mão quem pensou em si mesmo?
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Acréscimo de (em Doutrina Consoladora):
A ponte iluminada (livro VOLTEI - Irmão Jacob/Chico Xavier)
Não nos movimentáramos, por muito tempo, e um facho de luz sublime varreu o céu, não longe, indicando uma ponte cuja extensão não pude, no momento, precisar.
Tão formosa e tocante foi a revelação no horizonte próximo, que muitos nos pusemos em pranto. A emotividade não provinha apenas da claridade que nos tocara os olhos; comovente mensagem de amor transparecia daqueles raios brilhantes, que percorreram o firmamento, copiando a beleza dum arco-íris móvel.
Enquanto muitos companheiros continham a custo as notas de assombro que nos dominavam, cerrei os olhos, por minha vez, naturalmente envergonhado.
Temor súbito vagueava-me n’alma. Teria cumprido com todos os meus deveres? Se constrangido a comparecer ante um tribunal da vida superior, estaria habilitado a apresentar uma consciência limpa de culpa? Como seriam meus atos examinados? Bastaria a boa intenção para justificar as próprias faltas?
O sinal luminoso cortou vagarosamente o céu, de novo. Minha alegria, ante a aproximação do plano mais elevado, era inexcedível, mas a noção de responsabilidade, quanto às dádivas recebidas no mundo que eu deixara, pesava agora muito mais intensamente sobre mim... Mereceria o ingresso naquele domicílio celestial?
Corriam-me as lágrimas, copiosas, quando o grupo estacou. No mesmo instante, ouvi um dos irmãos recém-desencarnados gritar em choro convulso:
– Não! Não! Não posso! Eu matei na Terra! Não mereço a luz divina! Sou um assassino, um assassino!
Aqueles brados ressoaram lúgubres, sombras adentro.
Outras vozes responderam, horríveis:
– Vigiemos a ponte! Assassinos não passam, não passam!
Pareceu-me que maltas de feras preparavam-se para atacar-nos. Não
distante, a projeção resplandecente do invisível holofote clareava o caminho, qual se fora movida em “câmara lenta”.
Entre nós, emoções e lágrimas, junto de um companheiro em crise. Em torno, ameaças e lamentos estranhos. Além, a luz convidativa.
Bezerra, sereno, mas fundamente preocupado, rompeu a expectação, cientificando-nos de que deveríamos olvidar os erros do pretérito e que um dos amigos, em vista de corresponder em demasia à lembrança do mal, impusera descontinuidade à nossa viagem. Acentuou que as reminiscências de crimes transcorridos não deveriam perturbar-nos e que bastaria sintonizar-nos excessivamente com o pretérito para causarmos sérios prejuízos a outrem e a nós mesmos, em circunstância delicada quanto aquela. Disse que o irmão em crise
realmente fora homicida em outra época, mas trabalhara em favor da regeneração própria e a bem da Humanidade, com tamanho valor, nos últimos trinta anos da existência, que merecera carinhosa proteção dos orientadores de mais alto e que não devia levar a penitência tão longe, pelo menos naquele momento, a ponto de ameaçar o êxito da expedição. Necessitávamos reatar o “fio de ligação mental comum”, a fim de que a nossa capacidade volitante fosse mantida em alto padrão. De outro modo, a concentração em massa de entidades inferiores, ao pé da ponte, que se alonga sobre o abismo, talvez nos dificultasse a passagem.
Finalizando a ligeira observação, Bezerra acenou para mim e recomendou-me orar em voz alta, para que a nossa corrente de energia espiritual se recompusesse.
Em oração
Espantado com a designação superior, senti medo e vacilei. Ia pronunciar uma frase a esmo, esquivando-me à incumbência, mas Marta dirigiu-me expressivo olhar. Em silêncio, pedia-me obedecer à ordem recebida e prometia ajudar-me no cometimento.
Amparado por ela e pelo Irmão Andrade, dispus-me a executar a determinação. Que prece pronunciaria? Mantinha-se-me o cérebro incapaz de criar uma peça verbal, compatível com as aflições da hora. Escutando os rugidos que procediam das trevas, fixei a filhinha e lembrei que Marta repetira aos meus
ouvidos o Salmo 23, nos inquietantes minutos de minha libertação da carne.
Copiar-lhe-ia o gesto. E erguendo meu espírito para o Alto, sentindo de instante a instante que a emoção e o pranto me cortavam as palavras, repeti os versículos sagrados.
Ao redor, conspiravam, em nosso prejuízo, o barulho e a ameaça: todavia, quando pronunciei as frases de confiança: – “Ainda que andemos pelo vale da sombra e da morte, não temeremos mal algum, porque Ele, o Senhor, está conosco; a sua vontade e a sua vigilância nos consolam” – nosso grupo, com
Bezerra à frente, levitou sem dificuldade e ganhamos a ponte, atravessando-a a
poucos pés de altura acima dos arcabouços em que é estruturada, conservando o
espírito em prece expectante, como se pesada força de imantação nos atraísse fortemente para o abismo.
Que lápis do plano carnal conseguiria descrever a nossa sensação de contentamento e alivio? Fundo silêncio da alma consegue traduzir a paz, o reconhecimento e a alegria.
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