sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Motivos para agradecer e ser feliz - a lista de Outubro

  • Mel castrada e adotada;
  • Encerramento do 3º bimestre letivo;
  • Renan de volta à Escola Viva + aula particular com a Cristiane;
  • Um galo e uma coruja;
  • ZPZ´s novos (pelo aniversário);
  • Calças jeans da promoção: 50%;
  • Itaperuna, 15/10: micro-ondas e outras comprinhas básicas;
  • Livros novos;
  • Última formação PACTO/PNAIC de 2014 em Itaperuna;
  • Meus 44 anos! Daniel em casa, todos juntos; almoço em família no sítio;
  • Planalto;
  • Chuva! Abençoada e esperada chuva;
  • Visitas ao Canil em todos os domingos + dias extras; muitas doações de amigos;
  • 13º salário + aumento de 6%;
  • Arrumações na cozinha.
    "Volúpia da Posse" - filosofia do Sr. Aníbal
    E não é? Que vergonha...
    Com os dois de outubro, já são seis...
    Chega, Alessandra! Pode ficar 2015 todinho sem comprar sapatos...
    Você não é uma centopeia.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Entre a poesia e a erudição

De "Livro das Horas"
Nélida Piñon

  • "Os objetos que compramos, e levamos para casa, inventam para nós um projeto de felicidade. Instalados na sala, eles falam, têm sentimentos, preservam a memória, sobrevivem a nós. Nenhum objeto é pária, merece ser marginalizado."
  • "Um objeto é uma declaração de amor que faço ou recebo."
  • "Falar é vício humano. Antes não fosse. Preferia que a lei do silêncio fosse imposta aos mortais desde a mais tenra idade, a fim de reconhecerem o valor da palavra a ser usada."
  • "Tal excesso verbal repete-se na cama, junto aos esposos ou amantes, no parlamento, nos salões, nos grotões rurais, nas cidades. Nem Deus é poupado de ouvir o que os homens Lhe dizem com o propósito de emudecê-Lo."
  • "Os homens se igualam no teste da vida."
  • "Dezembro, por exemplo, é um mês propício aos postulados cristãos e à exibição da hipocrisia social."
  • "Dói retornar ao meu século. Suas fímbrias, que desconheço, motivam-me a pedir que afastem de mim o cálice oxidado do modernismo que me querem impor. Um tempo aziago, inserido nas correntes da fraude contemporânea, e que não tolero. Tanto que, ao ouvir os brados dos que enaltecem esta espécie de modernidade improvisada, sem me dar margem a refutar seus preceitos, sei-me demais no mundo. Temo este ímpeto de substância fascista que condena ao desterro quem não se enfileire em suas devoções estéticas."
  • "Já não quero viver neste solo fecundado  pela improvisação da arte, pelo desprezo à tradição, pela ganância do dinheiro, cujo fausto e lucro determina os rumos estéticos."
  • "Afinal, não me descuido. A vida não me deixa pensar que mereço um arrebato contínuo se não lutar por ele." (Eu também!)
  • "Há muito ordenho a vaca do cotidiano com o intuito de converter o banal em ato de presença no mundo."
  • "A noite natalina emociona-me. Impõe-me uma ordem de grandeza que consolida rituais que encerram em si pungente mensagem. Agasalhada por seus símbolos, invade-me o sentimento nascido da maturidade que se confunde com a alegria."
  • "Apesar do brilho de tal noite, pranteio as mudanças que afetaram aos poucos a cultura familiar, destruíram as paredes da antiga casa dos avós, dividindo o tronco familiar a pretexto de criar outras tribos."
  • "Levo as iguarias à mesa. O peru assado, galardoado de frutas, e os fios de ovos. E, ao lado dos que me ensinam a amar, celebrarei o estranho gosto de ser feliz."
  • "A vizinha e eu somos oblíquas. Ambas sofremos do excesso de carga que levamos às costas. A canga urbana. Mas, caso falássemos, seríamos banais. Prefiro as bocas cerradas."
  • "Tenho várias tradições. As que herdei e as que prosperam em mim, independente da minha vontade."
  • "Afinal, meu coração se enternece quando retorna à casa."
  • "Fazem-me perguntas e calo-me. Não sou interlocutor confiável nem para mim mesma. Razão de confidenciar sempre menos. Já não tenho gosto em transmitir segredos, tecer intrigas. Prefiro sustentar o mistério alheio na crença de assim acentuar as virtudes de quem desfila à minha frente."
  • "Minha cabeça é promíscua, interessam-lhe todos os assuntos."
À minha avó Maria José, que completa 90 anos hoje!

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Entre a erudição e a poesia

De "Livro das Horas"
Nélida Piñon

  • "Eu não sabia, então, que existia o milagre da identidade. Isto é, a obrigação de ser quem eu era, enquanto crescesse aos poucos. Como se coubesse à identidade privada ditar os rumos do meu destino."
  • "Pouco sei do coração. Ele tem asas e voa para longe. Tem aptidão inata para sofrer mesmo quando simula estar feliz na casa, acorrentado ao pé da cama."
  • Tudo a respeito do coração me induz à cautela. De nada serve semear encômios sobre o amor, quando ele se esgota e me desgoverna, dele sobram inconstância, ambiguidade e seus efeitos devastadores."
  • "O coração é perverso, não se aprimora porque amou muita vezes."
  • "Mas logo, a despeito de se sentir combalido, o coração reage aos dissabores amorosos. Confia na experiência e prudência para que prontamente brote no peito a semente do novo amor, para a vida se alvoroçar, propiciar um quadro idílico, irradiar ilusões de que aquele será o derradeiro amor. E, sob o jugo de tal felicidade, das benesses da carne e do esplendor do seu pálio, anunciar que a utopia está próxima, eis a eclosão do paraíso."
  • "Suponho que Deus deixa como rastro um fio de ouro visível apenas a quem olha com a força férrea do coração." (Adorei essa!)
  • "O tempo me espreita, mora ao lado. Como vizinho, concede-me dias para eu gastar a gosto. Uma magnanimidade a qual retribuo consumindo a vida que me resta. Ainda que ignore quantos anos hão de sobrar para eu lhe cobrar."
  • "Desfaço aos poucos as ilusões com que afago o ego e deixo aberta a porta da casa a fim de facilitar o ingresso da dama com a foice na mão. Ela virá como a amiga há muito esperada."
  • "Viajo o tempo todo. Dentro e fora de mim. Como exilada, tenho a pátria certa no coração e as outras terras na imaginação."
  • "Sou aventureira. Na mesa, na cama, na estrada. Nem sempre defino o que fazer no cumprimento dessa vocação. Ou menciono o que fiz com o propósito de desfrutar das peripécias vividas ao longo da travessia existencial."
  • "Gravetinho é uma alegria. Admito em público meu amor por ele. Temo que, se não fora eu, talvez estivesse destinado a sofrer os horrores que os humanos reservam aos animais".
  • "Gostaria tanto de apagar as dores que terá sofrido no passado, à época em que viveu por dois meses, segundo soube, em um canil público. À simples lembrança desse infortúnio, cubro-o de carinho, de beijos, de comidinha, de liberdade. Falo-lhe, faço promessas de que enquanto eu viver ele será protegido. E que, após a minha morte, designei amigos para amá-lo."

Sempre, sempre... e ainda mais uma vez





Ressignificar
Renovar
Insistir
Esperar
Esperança
Espera na ação



sábado, 18 de outubro de 2014

Entre a poesia e a erudição

De "Livro das Horas"
Nélida Piñon

  • "O amor anuncia a sua chegada. Ao adentrar pela sala povoada de observadores, elege a quem amar. Um milagre que, quando opera, o coração se incendeia, ama sem limites."
  • "A chuva é benéfica. Da janela observo o jardim sob a dádiva das águas."
  • "E, a despeito de temer que o tédio do cotidiano lhe injetasse veneno nas veias, produzia com a ira guardada do dia anterior."
  • "Orgulho-me de um ofício que fixa no papel as emoções propensas a se perderem. E que, para tal fim, vai à caça do ouro, da côdea de pão."
  • "Aguardo alguns minutos, mas Deus não me responde. É do Seu feitio distinguir os eleitos, os que têm vocação para a santidade, que não é o meu caso. Compreendo Sua estratégia. Também eu, em menor dimensão, sou dotada de pequenas táticas."
  • "A vida, como se apresenta, é matéria que golpeia a sensibilidade humana."
  • "Pergunto que planeta consome as forças coletivas e tarda em resolver questões mínimas."
  • "O tempo escoa rápido. Não tenho como atrasar ou adiantar o meu destino. Embora capitaneie certas emoções, um sobressalto me vence. Tem o nome de quem amei."
  • "O escritor é um mistério. Amealha mentiras e doutrinas capciosas. Faz crer aos demais que sua caneta o torna um herói. Pobre de quem acredita no futuro radioso da arte."
  • "Suspeito às vezes que a criação é daninha, gravita em torno de um eixo inexistente. Tem falsetes e notas desafinadas. Mas prossigo, dou vida à escrita, que é bem maior. Só aspiro salvar-me."
  • "Atraía-me igualmente opor o supérfluo ao essencial. O que me vinha às mãos fazia-me crescer. A vida era fermento de que carecia. Com tal noção, os livros, empilhados na estante, e lidos em ritmo voraz, tornavam-se o meu outro lar."
  • "Cada tristeza ajuda-me a proclamar pela manhã que sigo sendo filha do sol, cujos raios, já não tão luminosos quanto outrora, ainda aquecem meus ossos, fazem-me crer que foram um dia apreciados."
  • "Não assumo culpa que me queiram impor. Reservo a Deus e à lei a confissão dos meus erros. Há muito passo em revista os meus feitos diários e me envergonho. Para aferir meus atos, sustenta-me um código que me baliza, ainda que mereça reparos."
  • "Segundo ela, (refere-se à mãe) certas verdades são guardadas no cofre cuja chave só o dono possui."
  • "Os amigos devem confiar em mim. Dou-lhes prova de lealdade e não traio os segredos que me confiam. E burlo com eles dizendo que sei muito, e de muitos, porque não conto."

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Dia do Professor

Como Pessoa, tenho em mim todos os sonhos do mundo...
(ainda que ultimamente tenha me sentido assim)
Queria que alguns não demorassem tanto a se tornar realidade.
 Esse é o meu desejo para hoje: Dia do Professor!
Meu dia...

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Sobre o tempo...

Fala da personagem Dona Iná (vivida por Nicete Bruno) no último capítulo da novela "A vida da gente", em 02 de março de 2012.

"Quem teve o privilégio de viver muito sabe que o tempo é um mestre muito caprichoso. Às vezes suas lições são tão repentinas que quase nos afogam. Outras vezes elas se depositam devagar, como a conta-gotas, diante da avidez de nossas perguntas. E por isso, quem teve o privilégio de viver muito, como tantos amigos aqui do nosso baile, aprende a olhar com serenidade o turbilhão da vida. Amores ardentes se extinguem, urgências se acalmam, passos ágeis alentam, enfim, tudo muda, muda o amor, mudam as pessoas, muda a família; só o tempo permanece do mesmo modo, sempre passando... E é por isso que eu queria esta noite erguer um brinde a ele, que esculpiu no meu rosto e na minha alma sua marca, da qual eu tanto me orgulho. Então, ao tempo! Ao tempo..."

Crédito de Gustavo Cretton - Dresden/Alemanha
O outono e o balão

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Entre a erudição e a poesia

De "Livro das Horas"
Nélida Piñon

  • "A cada dia aprendo a perder as pequenas utopias e os ideais indomáveis. Não lamento viver sem eles. Sinto-me mais leve sem o fardo que representam. É impossível servir aos deuses e a mim mesma. Além do mais, perder bens que julgávamos eternos significa estarmos aptos a adquirir no futuro haveres que só a fantasia enxerga. É como destilar a solidão que é vida também."
  • "(...). A pretexto talvez de pagar contas, de cumprir dever literário, de assegurar presença no banquete ilusório da vida."
  • "Só não aceito que me façam perguntas inoportunas ou me obriguem a confessar o que é exclusivo da minha seara."
  • "A vida que escolhi é incompatível com a humilhação de me defender. Só o faria se estivesse em pauta a minha honra, que não é o caso."
  • "Meu único inimigo é a escrita que, fugidia, não se deixa apreender. Escapa-me e vou ao seu encalço, sem fazer concessões em troca de qualquer moeda. Mas com que direito me silenciam, reprovam o amor que professo à literatura, tentando arrancar do coração da escriba a maior razão para viver?"
  • "A emoção, no entanto, é pão diário. Vou ao seu encalço à cata do prazer prestes a desabrochar."
  • "Sei que os anos são ingratos, nos roubam o mel das palavras, dos gestos, o que constitui emoção. Mas não aceito que me privem dos bons sobressaltos."
  • "A imaginação é razão de viver."
  • "A mania de todos é fazer perguntas. Em geral banais, elas preenchem o vazio das conversações. Como se houvesse um consenso que proíba, a quem seja, ser profundo, já que a densidade incomoda."
  • "O que diga não esclarecerá quem sou. Evoluo na resposta e asseguro-lhe que a mentira humilha. E algumas delas abrigam lobos, enigmas, trevas. Ele realça a minha serenidade. Discordo e confesso-me à mercê das paixões, dos delitos que nos espreitam ameaçando infernizar nossos últimos dias de vida."
  • "A traição amarga a vida. Como esquecer a mão que desferiu o golpe florentino? O que fazer? Apagar o nome do traidor, viver como se não o houvesse conhecido."
  • "E, ao indagar sobre o valor da palavra empenhada, admito que as promessas, com teor litúrgico, valem como a própria vida. Não considero que os fins justificam os meios."

sábado, 11 de outubro de 2014

Entre a poesia e a erudição

De "Livro das Horas"
Nélida Piñon

  • "A vida é natural. Ajustada ao corpo, sem razão se desorienta. Como quando, ao programar meu cotidiano, pareceu-me fácil amar de repente um bichinho indefeso e desamparado que tenho em casa, de nome Gravetinho. Ele é de cor de mel, porte pequeno, rechonchudo devido aos excessos que lhe concedo. (...) Rebelde, ele aceita-me como parte da sua existência. (...) Vê-lo é uma novidade que desejo eternizar na minha vida. (...) Ele é um mistério e uma certeza. Encarna mais o sentido de lar que as paredes da minha casa. Não lhe foi dado o dom da fala, mas aprovo o seu silêncio. Contudo, faço-o saber da existência da linguagem, povoada de palavras. Ajo com cautela, não o quero humilhar, insinuando que é iletrado. (...) Realço-lhe as virtudes com intenso prazer. (...) assumi um compromisso moral que ele não sabe, mas eu sei. E hei de cumprir até o fim.(...) Amo Gravetinho. Meu mote atual reduz-se em dizer: eu não estava preparada para este amor."
  • "Faziam da tragédia um bem necessário a fim de testar nossa humanidade. De que outra forma exacerbar o cotidiano em geral mesquinho?"
  • "Insone, consulto os ponteiros do relógio sobre a mesinha de cabeceira atapetada de livros, de papéis, do pequeno anjo da guarda dourado ganho no dia do meu batizado, a salvo dos anos, e que conservo ao meu lado, sem saber a quem deixar após minha morte."
  • "Já não conto com a parede do amor materno para obstruir a passagem da morte que virá com sua foice."
  • "Nenhum autor me conciliou com os limites da casa dos pais, atou-me às paredes estreitas do lar e do quintal. Empenharam-se todos em me desalojar do eixo da alma, este lugar impróprio para guardar as inquietações do mundo."

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

À memória do nosso Bo.

Tecendo a Manhã
João Cabral de Melo Neto

"Um galo sozinho não tece a manhã:
ele precisará sempre de outros galos.

De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro: de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzam
os fios de sol de seus gritos de galo
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos, 

no toldo (a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão". 


Estou triste, muito triste.
Tudo isso se reveste de um significado
mas que por ora não irei escrever.
Hoje, vou ficar de luto.
Hoje, pendurei o galo na varanda dos fundos,
Em sua homenagem,
Em respeito à minha dor.
Perdoa-me.
E, obrigada por ensinar-me, 
com sua vida, 
mais uma lição.
São Francisco o receba nas esferas de luz,
Onde a dor não existe.
E, se um dia eu fizer por merecer,
Venha encontrar comigo, com a mesma alegria
Com o mesmo andar, o mesmo olhar...
Não fiz por te merecer.

Entre a erudição e a poesia

De "Livro das Horas"
Nélida Piñon

  • " A cada dia aprendo a amar. A família, os amigos, a língua, as instâncias da vida e da arte. Tudo que ausculto e responde ao chamado. O que arfa, respira e acolhe-me sem eu haver pedido. Amar a quem me abraça sem pensar em me dar as costas. Amar a quem late, ruge, relincha e é bicho, como Gravetinho, alegria dos meus anos maduros. Amar a paisagem onde durmo e a humanidade repousa. Amar a descuidada língua dos homens em geral surdos, que recusam a ouvir os latidos do coração."
  • "Pensar é aliciador."
  • "...aspiro que minha derradeira expressão de vida seja prazerosa para quem me escute à beira do leito."
  • "Em qualquer circunstância, havia que fazer anotações."
  • "Preservo a cria com o alimento."
  • "... nos minutos de que dispomos, atualizamos a banalidade irrenunciável da vida."
  • "Minha vida mudou. A cada dia sou menos a Nélida que conheci até bem pouco tempo atrás."
  • "Suspeito que aprendi o valor da solidão com os filmes do oeste que enalteciam a vida interior, a realidade perigosa."
  • "Quisera às vezes jamais ter sido a mulher que ama o que há dentro de casa. E que, ao decidir ser escritora, renunciou à vida nas savanas, nas tundras, no deserto. A acampar, a viver em tendas varejadas pelo vento. Meu Deus, como sonho com uma vida que me converta em heroína."
  • "A mercadoria que trago é tecida por um intraduzível mistério, mas que encanta enquanto espero o inverno final."
  • "Ajo a esmo, como se habitasse um terreno baldio que acumula o lixo do mundo."
  • "Não passo de uma mulher que consome horas vergada sobre o papel a pretexto de perseguir uma frase que sirva ao menos de consolo."
  • "Não a via exatamente vaidosa, mas como quem cuidava do corpo enquanto apurava o espírito. Regia o cotidiano com harmonia." (sobre a mãe)

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Entre a poesia e a erudição

De "Livro das Horas"
Nélida Piñon

  • "Levo no rosto uma história curtida e que me ajuda a envelhecer. Não vivi sem resultados, minha vida não foi inóspita."
  • "A beleza, a esta altura, não me lisonjeia. Opto por ser a heroína das ideias e das ações que desenvolvi, em especial por me haver submetido ao que o corpo e a imaginação me ditaram."
  • "Sofro do acúmulo de vida que dizima a gente da minha espécie."
  • "Peregrino pelo bairro, rastreio-lhe a vida. Imito os demais que se precipitam na rua ansiosos por quebrar os grilhões do lar."
  • "... evito ser conclusiva no que diz respeito ao cotidiano. Afugento qualquer pretensão filosófica que dificulte o trato com as coisas simples."
  • "Tenho razões de amar a vida diária, de sorrir por conta da minha banalidade."
  • "Chamam-me ao celular, um número praticamente privado. Monótona voz de mulher oferece-me novas tecnologias vinculadas à assinatura, como se meus vazios interiores necessitassem de imediata ocupação. Com que direito aquele timbre de falsete da funcionária invade o tempo que ainda me resta para viver?"
  • "No mercado, ainda, admito ser a vida feita de tréguas, ora difíceis, ora encantatórias. E que nem sempre os apelos ouvidos de fora equivalem ao chamado de Deus."
  • "As sacolas de compras, organizadas na mala do carro, expressam meu conceito de abundância. E enquanto a carteira de notas se esvazia, entrego-me aos afazeres inexpressivos a fim de que a geladeira abarrotada alimente meus sonhos diários."

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Memorial 9º ano - Escola Municipal Escola Viva


Formandos 2011


Marina Cretton 

Formandos 2013


Daniel Cretton
Em 2015, se Deus quiser, teremos mais um quadro para o memorial familiar: Renan Cretton.
É tão bom construir memórias!