Em, 26/03/2013
Chove torrencialmente. A atmosfera lava-se com as benesses do amor de Deus, renovando o ar, encharcando o solo, aumentando os mananciais. Após a tempestade, os pastos estarão verdejantes.
Penso naquele cavalo. Nem quero chegar na janela para olhá-lo. Sua resignação penetra em minh`alma como um rasgo profundo. A cadelinha também não está no prédio. Fomos ao GEAP e chegamos junto com a chuva.
Ontem estivemos em Itaperuna para mais exames. Na sala de repouso conhecemos D. Maria José, 71 anos, mãe de dois filhos especiais, um com 48 e o outro com 46 anos. Estava acompanhando o marido. Que criatura! Que luz interior! Cada palavra pronunciada era revestida de sinceridade, essa conquista própria do espírito que luta e vence a si mesmo. Era a personificação dos valores que já foram realmente impregnados na alma. Baixinha, corcunda, cega de um olho, com um sorriso contagiante que vinha de dentro da alma que abraçou sua cruz e não discutiu com ela, simplesmente aceitou a vida e vive-a como pode, como sabe, com alegria, fé e sabedoria. Contagiou-nos a todos! Deus a abençoe neste momento.
É tão difícil renunciar a si mesmo...
É tão difícil abrir mão dos próprios desejos e vontades para viver para o próximo, a coletividade. O espírito de servir...
O que é abraçar a cruz e não discutir com ela?
Tenho, por natureza, o espírito questionador, busco " a luz na pilha". Por isso sofro! Às vezes a vida só pede que aceitemos a cruz e não discutamos, porque o TEMPO é sábio e coloca tudo no seu devido lugar.
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