segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Bem-vindo, outubro!

Ainda faltam 3 meses para fecharmos 2018, mas já consigo vislumbrar (ou mensurar), na passagem do tempo, o que este ano construiu  - ou desconstruiu, como queira. As listas mensais são indicadoras das alegrias e bênçãos, porque escolhi viver sob a ótica da "água que tenho no copo" (sim, li Pollyanna mais de uma vez na infância e, por inúmeras vezes, fiz leitura compartilhada com meus alunos. Jogo o "jogo do contente" porque também acredito na lei de ação-reação da Física). No entanto, nesses 273 dias, a dor bateu à porta... às vezes silenciosa, às vezes dilacerante. 
Ainda em janeiro, sepultamos nosso tio Sebastião e a prima Liana. Em decorrência disso, mamãe teve descompassos no marca-passo e foi parar na UTI cardiológica. Sua irmã - minha tia Mariza - resolveu visitar um especialista e descobriu um tumor no rim esquerdo. Submeteu-se à retirada do rim e, felizmente, a biópsia não acusou tumor maligno. O mesmo não se deu para minha outra tia, a Vera - também irmã de minha mãe - que descobriu um tumor na mama direita. A princípio desesperou-se, mas como o tempo vai dando forma aos dias e colocando tudo em seus devidos lugares, conseguiu o tratamento em Muriaé (sob a tutela de Viçosa), cumpriu os 28 dias de radioterapia e em 28 de setembro festejou seus 65 anos de vida recolhendo biscoitos para enviar como donativo à Fundação Cristiano Varella.
Em 2 desses 273 dias estive envolvida em dois acidentes de pequenas proporções, mas não sem aborrecimento e contristação. Também fechei um ciclo com o colégio particular, renegociei débitos com meu gerente, usei o consórcio para construir, com a Janaina, o sonhado quartinho. O Zé veio para a obra do quartinho e trouxe consigo a cura da minha gastrite.
Os fios do tempo são tramados sutilmente, imperceptíveis no passar das horas. Mais à frente é que conseguimos o distanciamento necessário para esse "balanço".
Nas dobras do tempo desses nove meses completos, Daniel conseguiu estágio remunerado, Marina continua firme no estágio, na faculdade e no italiano e Renan ainda preocupa com as notas baixas (redobramos as preces e os "puxões de orelha"). Nossa querida Priscila envolveu-se em tramas obscuras e está no presídio feminino de Campos (isso dilacerou-me a alma); sofremos também pela dor do outro e a comovente história da Mariana e do jovem Luís; da mãe Deolinda e o filho Murilo permeiam nossos pensamentos e orações diuturnas.
Também foi possível estreitar os laços com os vizinhos (confiança é algo que se conquista, de ambos os lados) e perceber as mudanças ocorridas, principalmente com as crianças, nesses quase 3 anos de convivência. Deus realmente nos coloca no lugar certo e nos utiliza como instrumentos de Tua paz. E, por isso mesmo, apertei um "botão errado" e acabei colocando no story do WhatsApp um lindo vídeo recebido da Aninha, sobre o hospital do Senhor. Mais à noitinha recebo uma mensagem de outra amiga, também Ana, a dizer que tinha assistido ao vídeo e que estava iniciando um tratamento em Muriaé, devido ao resultado positivo da biópsia. Essa amiga, colega de trabalho há alguns anos, estava sentada comigo na sala dos professores quando minha tia Vera chegou na escola chorando com o resultado dos exames. Nunca sabemos o que nos aguarda no minuto seguinte, de modo que espero fechar mais um outubro, mês da minha primavera, e continuar atravessando por dezembros, para cumprir, na noite de 24, a leitura completa das listas (enquanto tenho a presença e audiência dos filhos e entes queridos).
O tempo não é mesmo um costureiro impecável? Como minha mãe, que fez essa linda cortina para abrir meu outubro e enfeitar a janela dos meus sonhos (e do nosso solar, literalmente).

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