sábado, 22 de agosto de 2020

Entre o deleite e a reflexão

Muita reflexão!

ALBERT EINSTEIN - Meus últimos anos

I - CONVICÇÕES E CRENÇAS


AUTORRETRATO (1936)

Dificilmente temos consciência do que é significativo em nossa própria existência, e isso certamente não deve preocupar nosso vizinho.

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Que sabe um peixe sobre a água em que nada a vida inteira?

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O amargo e o doce vem de fora, o penoso vem de dentro, de nossos próprios esforços.

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Setas de ódio também foram disparadas contra mim; mas nunca me atingiram, porque de algum modo pertenciam a um outro mundo, com o qual não tenho nenhuma ligação.


DEZ ANOS FATÍDICOS (1939)

Terá o mundo mudado tão profundamente em dez anos, ou será que simplesmente envelheci dez anos e meus olhos veem tudo sob uma luz diferente, mais pálida?

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Porventura minha razão crítica é tão suscetível que a mudança fisiológica ocorrida em meu corpo nesses dez anos pode influenciar tão profundamente minha concepção de vida?

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Nestes dez anos, a confiança na estabilidade da sociedade humana, sim, até na própria base de sua existência, desapareceu em grande parte. Sentimos não só uma ameaça à herança cultural humana, mas também que se está conferindo um valor mais baixo a tudo aquilo que gostaríamos de ver defendido a qualquer custo.

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DECADÊNCIA MORAL (1937)

Tanto as Igrejas como as universidades - na medida em que cumpram sua verdadeira função - servem ao enobrecimento do indivíduo.

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Estou firmemente convencido de que o desejo apaixonado de justiça e verdade fez mais por aperfeiçoar a condição do homem do que a argúcia política calculista que, a longo prazo, só engendra a desconfiança geral. Alguém pode duvidar de que Moisés foi um líder da humanidade melhor que Maquiavel?

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Durante a guerra, alguém tentou convencer um grande cientista alemão de que a força preponderava sobre o direito na história do homem. "Não posso refutar a correção do que afirma", respondeu ele, "mas sei que não teria nenhum interesse em viver num mundo assim."
Possamos nós pensar, sentir e agir como esse homem, recusando-nos a aceitar uma transigência fatal.
Que sequer nos esquivemos da luta, quando ela for inevitável, para preservar o direito e a dignidade do homem. Se assim fizermos, logo estaremos de novo em condições de nos regozijar com a humanidade.


MENSAGEM PARA A POSTERIDADE (1938)

Nosso tempo é rico em mentes inventivas...

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Hoje cruzamos os mares usando energia e a utilizamos também para poupar a humanidade de todo trabalho muscular extenuante.

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No entanto, a produção e distribuição de bens está inteiramente desorganizada...
(...) Pessoas que vivem em diferentes países matam umas às outras a intervalos irregulares de tempo, de tal modo que, também por essa razão, todo aquele que pensa no futuro está condenado a viver no medo e terror. Isso acontece porque a inteligência e o caráter das massas são incomparavelmente inferiores à inteligência e ao caráter dos poucos que produzem algo de valioso para a comunidade.

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Tenho certeza de que a posteridade lerá estas afirmações com um sentimento de orgulhosa e justificada superioridade.

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