domingo, 13 de outubro de 2024

Depois da Morte - Léon Denis

https://youtu.be/aD6Y8aIgb_8?si=3fFIJ60h3nza8m0q

Introdução (fragmentos)
(...) Vi os últimos vestígios das cidades longínquas, outrora formigueiros humanos, hoje ruínas desertas (...) Evoquei as multidões que se agitaram e viveram nesses lugares: vi-as desfilar diante do meu pensamento, com as paixões que as consumiram, com seus ódios, seus amores e suas ambições - fumaças dissipadas pelo sopro dos tempos. (...) Heróis que o futuro esquecerá. A glória embriaga uma hora, e o túmulo chama, recebe e devora. 
Por que esses trabalhos, essas lutas, esses sofrimentos, se tudo deve terminar no sepulcro? (...) Na natureza, nada morre senão para renascer (Lavoisier). Só o homem, com suas obras, terá por destino o nada? (...) Um desses a quem amais vai morrer. Tudo o que nesse ser atestava vida, os olhos que brilhavam, a boca que proferia sons, os membros que se agitavam, tudo está silencioso e inerte. (...) Qual o homem que a si mesmo não pediu a explicação desse mistério?  A todos interessa esse problema, porque todos estamos sujeitos à lei. (...) Convém saber se tudo acaba nessa hora, ou, ao contrário, é ingresso em outra esfera de sensações. (...) A morte é o ponto de interrogação ante nós colocado, o desespero dos séculos, a razão dos filósofos. Apesar de tantos esforços, a obscuridade tem pesado sobre nós. (...) Daí seus desfalecimentos, excessos de revolta. (...) Às vezes, atormentado pelo espetáculo do mundo e pelas incertezas do futuro, o homem levanta os olhos para o céu e pergunta-lhe a verdade. Mas a Natureza parece muda e as respostas dos sábios e dos sacerdotes não satisfazem à sua razão nem ao seu coração. (...) É essa doutrina (Espírita) que oferecemos aos pesquisadores de todas as classes e ordens. Acreditamos nosso dever resumi-la na intenção dos que estão cansados de viver como cegos, ignorando-se a si mesmos; daqueles que não se satisfazem mais com as obras de uma civilização material e inteiramente superficial. É para vós, filhos e filhas do povo, a quem a jornada é áspera, a existência difícil. Não vos trará toda a ciência, porém será mais um degrau para a verdadeira luz. (...) Ele fornecerá um raio de esperança na noite de vossas incertezas. (...) Muitos talvez rejeitem nossas conclusões. Que importa! (...) Quereríamos, quando nosso gasto invólucro voltasse à terra, que o Espírito imortal pudesse dizer a si mesmo: minha passagem pelo mundo não terá sido estéril se contribuí para mitigar uma só dor, esclarecer uma só inteligência em busca da verdade, para reconfortar uma só alma vacilante e contristada.
 

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