Tenho por hábito ir para a casa de minha mãe todos os domingos de manhã, com raríssimas exceções. O dia 12 de novembro foi uma dessas exceções. Como tinha chovido muito na véspera, resolvi ficar em casa naquele domingo, sozinha, descansando... até que uma mensagem no whatsapp fez girar as engrenagens do destino...
Duas lindas cadelinhas foram abandonadas no alto de um morro, considerado o campo de aviação de Miracema. Alguma força invisível levou até o local um casal e elas foram encontradas. Minha vizinha ofereceu lar temporário, como mostra a mensagem recebida. De minha parte, fui ajudar no que pude.
Dias depois minha vizinha precisou mudar-se e surgiu um impasse: o que fazer com as meninas? Já tinham sido abandonadas uma vez... Colocá-las para adoção nessas gaiolinhas de loja de ração? Nem pensar!
Conversei com a mamãe e ela permitiu que eu as levasse para o sítio, com a condição que deveria castrá-las antes de entrarem no cio.
Parênteses: (Mamãe sempre concorda com minhas iniciativas - que, na maioria das vezes, são situações que surgem diante de mim e que eu chamo de "São Francisco me testando". Em 2012, concordou que eu levasse o Lobinho, depois de um tratamento de câncer (e já castrado); no ano seguinte, que eu levasse a Periguete (nossa linda Piri), também depois de um tratamento de câncer e já castrada; em 2014, que eu tirasse a Babi do canil municipal e levasse para a companhia dos três - Belinha já era dona do território quando todos esses chegaram. Como no ano passado perdemos a Belinha em abril e o Lobinho em outubro, o quintal ficou triste e precisava da alegria peculiar dos filhotes).
Então, no final de novembro levamos as meninas, que mamãe batizou de Lilica (a branquinha e calma) e Ripilica (nosso sorvetinho de flocos). E o sítio encheu-se de alegria.
Acontece que o tempo passa... com 6 (seis) meses e a troca dos caninos, o próximo passo seria entrarem no cio. Durante a vacinação de janeiro (uso as férias para vacinar a bicharada, alguns em janeiro outros em julho) ficou agendado com o veterinário o dia 15 de março para a cirurgia de castração.
Nas situações anteriores eu sempre arquei com os custos, mas o fato de serem irmãs e precisarem da cirurgia ao mesmo tempo, fez com que eu precisasse buscar ajuda... "É hora de testar a humildade também, Alessandra!"
Então, idealizei uma rifa de 5 reais, cujo prêmio é um lindo jogo de lençol casal, branco, bordado... Um luxo! E tratei de divulgar entre amigos e nas redes sociais.
Durante dois meses tentei dar conta de vender as rifas...(descobri que não sou boa vendedora). A falta de tempo impediu-me de visitar alguns amigos que sinalizaram comprar; mas tenho que agradecer a tantos outros que ajudaram... Teve amigo que depositou... Teve amigo que pediu para outro amigo entregar... Teve ajuda que veio pelo filho, pelo neto... Teve amigo que só pode comprar uma (mas fez questão) porque já estava fazendo outra rifa para ajudar outro cão internado... Teve amigo que comprou 10! Veio ajuda de conhecidos e desconhecidos...
No dia 15, conforme agendado, as meninas já estavam internadas...
... E tudo transcorreu bem. E veio ajuda também dos veterinários na hora de fechar a conta, facilitar o pagamento, prolongar prazos.
De volta à vida no campo, só tranquilidade e alegria! (Depois preciso contar uma historinha que aconteceu no sítio no período da internação).
O tempo (temática desse blog) passa... O dia 05 de maio chegou e, conferindo o resultado da Loteria Federal, percebi que o 1° prêmio terminava em 203. Como esse número não existiu e o n° 03 não foi vendido, considerei o final do 2° prêmio: 069. A ganhadora foi a querida Marcela Moraes, companheira de trabalho e mãe do beagle Pingo. E, nesta terça-feira, o prêmio foi entregue à feliz ganhadora.
Pedi a São Francisco uma trégua; no entanto, quando ele resolver me testar novamente, recorrerei à bondade dos amigos que confiaram em minhas ações. MUITO OBRIGADA!