66.868 vidas que se despediram em março.
quarta-feira, 31 de março de 2021
Motivos para agradecer e ser feliz - a lista de março
Pela primeira vez, depois de tantos anos, não teremos a nossa MASF.
Eu até poderia fazer um esforço e garimpar as pequenas alegrias do caminho... Poderia dizer da paz e relativa tranquilidade em ter meus pais vacinados contra a Covid, mas, que contrassenso! Estamos a chorar a partida da Dona Elza (que também foi vacinada) e em estado de fé por conta da internação da Márcia. Então não haverá lista neste março. Mas sempre haverá gratidão! Agradeço as flores do caminho... Elas têm sido a alegria dos meus dias.
sábado, 27 de março de 2021
Chegar e partir...
... que a chegada seja de luz, misericórdia e cura.
quinta-feira, 25 de março de 2021
Máquina do Amor
Há 50 dias, Jesus, oramos com um propósito.
Há 50 dias, Teu amor tem feito maravilhas!
Ah, Jesus, não há um dia sequer que não tenhamos uma inspiração, um norte, um caminho...
Teu amor e Tua compaixão nos envolve. Tentamos exercitar o amor através da oração que brota de nosso coração. E, ainda agora, obtivemos nossa "resposta". Tu nos disseste, Jesus, que nosso coração funciona como uma máquina de cardiodiálise (demorei para captar esse nome), que filtra as energias ruins, as dificuldades do caminho. Todos os dias vão passando pela Máquina do Amor o ódio, o pessimismo e a desesperança. E, do outro lado, espera-se o amor, o otimismo e a fé.
No entanto, Jesus, Tu nos disseste que, para que essa máquina funcione, precisamos lubrificá-la com o óleo da oração, a disciplina da fé e a luz da esperança.
Obrigada, Jesus, por ser o mecânico incansável das engrenagens de nosso coração. Obrigada por fortalecer nosso músculo do amor na força do trabalho, no suor e nas lágrimas, para que ele realmente possa filtrar as impurezas do ambiente e devolver em vibrações de esperança e amor. O mundo precisa de Amor. O planeta já conseguiu uma relativa evolução intelectual, até mais que a condição de provas e expiações possa comportar... Agora, é chegada a hora do Amor!
O amor que passa pelo perdão das ofensas, que libera o ódio das amarras do tempo e o converte em amizade e colaboração.
O amor que tudo suporta e crê, como nos ensinaste o apóstolo.
O amor que não se cansa de amar! Que estende a mão, sempre...
Venha, Jesus, ser Aquele que irá consertar as engrenagens doentes do nosso coração.
Ajuda-nos a ajudar!
Ajuda-nos a sermos bons, todos os dias!
Que assim seja!
segunda-feira, 22 de março de 2021
segunda-feira, 15 de março de 2021
O que o sol faz com as flores
Roseira da nossa varanda |
Essa é a receita da vida
this is the recipe of life
*
Minha mãe disse
said my mother
me abraçando enquanto eu chorava
as she held me in her arms as i wept
quarta-feira, 10 de março de 2021
segunda-feira, 8 de março de 2021
Lá em Casa
Lá em casa, sempre tinha oração sobre o prato. Canção e poesia declamada.
Lá em casa, tinha gente comum.
Gente que chorava, ria, errava.
Gente que amava e sempre tinha história pra contar.
Que não se envergonhava de abraçar, elogiar, chorar na partida
e esperar a chegada daquele que ficava mais adiante, no distante do aconchego e que vinha, de novo, beber da fonte, da água limpa e boa
que brotava à toa
e de graça das mãos e braços que nunca deixavam espaço pra ninguém escapar.
E do amor lá de casa ninguém escapava. Mesmo.
Era um frescor de campo, era o descanso dos guerreiros, retirantes.
Minha mãe não economizava na comida mineira - o jeito que a gente tem de fazer carinho é ir pra cozinha.
Meu pai ia do armazém pra casa, de casa pro armazém.
Buscava o que a Thereza precisava e esquecia sempre...e lá ia ele de novo com passo apressadinho, porque por certo bem cedinho chegaria mais alguém.
Lá em casa o amor era servido primeiro: depois vinha o arroz, o feijão, a couve picadinha (de um jeito que até hoje nunca mais eu encontrei); e vinha franguinho ao molho, e salada, e maionese, e batata frita, macarronada - e a meninada se derretia toda na algazarra de lamber os beiços.
A gente tinha pouco, mas tinha tudo!
E, hoje, porque a saudade virou memória,
eu tinha que falar dessa história
que lá em casa, a gente escreveu.
História que tem jeito de terra, cheiro de pasto, cor de mato. Pacto de amor, que sem mando nenhum, transborda de novo do coração,
virando palavra, pra que eu não morra nessa sexta-feira de tão certeira solidão.
_ Miryan Lucy Rezende