Tenho uma caixa de costura. Foi devidamente arrumada ontem pelo meu filho Renan. Não, não sei costurar. Sou filha de uma exímia costureira, mas sequer consigo fazer uma bainha à máquina. A única vez que me aventurei foi para embainhar as fraldas da minha filha Marina.
De resto, nunca quis aprender... E me arrependo muito!
Não queria ser como minha mãe, então costurar era ter algo parecido com ela. Ela, por sua vez, nunca quis me ensinar para que eu não tivesse a mesma profissão... Não tomasse gosto pela coisa. Quanto engano!
De minha parte, porque justamente o que mais admiro em minha mãe é a sua arte de transformar tecidos cartesianos em verdadeiras obras de arte. Ainda não conheci ninguém que tenha um acabamento tão perfeito! O corte é impecável; os detalhes mínimos são observados e valorizados. As listras precisam encontrar nas costuras; o botão encapado precisa compor no meio da estampa...
Da parte dela, porque não perpetuou sua habilidade.
Talvez eu ainda tente aprender. Sei como fazer um vestido inteirinho aqui na minha mente. Anos de observação. Apenas teoria. Admiro muito a capacidade que minha mãe tem de transformar uma peça em outra; seus aproveitamentos. Tudo com muito esmero. Por ora, fico com a leitura, a escrita, os números... Como a arte da escrita me ajuda a trilhar os caminhos da vida!
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