Há exatamente 01 (um) ano
publiquei minhas reflexões sobre a relação trabalho e lazer, a partir da
análise do contexto local. Passados 365 dias sinto necessidade – e uma espécie
de obrigação íntima – de revisitar essas impressões e ambientá-las no cenário
atual. O que mudou?
De forma análoga, eu poderia
começar a falar de uma experiência vivida no show de Chitãozinho e Xororó.
Quando apenas faziam sucesso com a música Fio de cabelo, estiveram em Pádua,
durante a Exposição Agropecuária e, curiosamente, a apresentação foi num domingo
à tarde, às 15 horas, se não me engano. Final dos anos 80... Lembro-me que, enquanto a maioria só via graça nas franjas arrepiadas da dupla, eu cantava Fio
de Cabelo com um entusiasmo retumbante.
Parênteses: (gostar de música
sertaneja de raiz é herança do meu avô, que me convidava para assistir Rolando
Boldrin, no Som Brasil).
Quase três décadas depois a dupla
continua em atividade e já consta na programação da Expo Pádua 2014. Claro que
dessa vez não tive apelos de minha filha para levá-la ao espetáculo. Então,
vamos aos fatos. A carta de shows da exposição continua tão atraente quanto no
ano passado. E isso é bom. “Nem só de pão
vive o homem”. A neurociência já comprovou que um momento prazeroso provoca
efeitos químicos no corpo que permanecem por vários meses, refazendo as
energias, proporcionando felicidade.
A remuneração já tem dia e hora
marcada. Um ganho para o servidor, que pode planejar sua vida, sentir o chão
sob os seus pés. O sentimento de segurança também gera bem-estar.
Por outro lado, temos desafios
prementes. Dois janeiros e o funcionário público sequer teve 1 real de aumento.
Nenhuma notícia boa para o Dia do Trabalho... Ficamos assim, feito passarinho
no ninho, de bico aberto, esperando que as leis sejam aprovadas, esperando que
sejam publicadas, esperando os trâmites burocráticos. O problema é que a conta
da padaria não espera, a energia é cortada sem
pena e sem dó, as necessidades da sobrevivência não coexistem com tanta
morosidade!
Bom seria se eu pudesse encerrar
aqui minhas considerações, mas a questão do contratado continua instável.
Doloroso ser testemunha das lágrimas de quem está sendo demitido pela terceira
vez... Não há sentimento de segurança, não há a possibilidade de planejar uma
prestação... Não há espaço para o sonho. E eles também “precisam de um descanso, precisam de um remanso (...) que os tornem
perfeitos...” Questão que não dá mais para adiar.
Fiel da balança equilibrado,
desejo aos meus colegas um feliz feriado; quero finalizar com uma fala do
Mestre Elder Azevedo durante a palestra do dia 28 próximo passado: “quando
estou com raiva (do sistema) aí sim, dou a melhor aula, dou o melhor de mim”. Desse modo, mantemos
altiva nossa dignidade.
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