Em agosto precisei ir à agência da Caixa para resolver algo rápido no caixa eletrônico e me deparei, bem no meio da porta de entrada, com uma cadelinha de pequeno porte, com um tumor enorme na vulva. O maldito TVT. Como eu precisei pedir licença à ela para entrar na agência, não tinha como agir como se nada tivesse visto. E, neste mesmo instante, começou meu desassossego. Abaixei, tirei fotos. Percebi que ela aguardava alguém. Seus olhinhos estavam atentos a qualquer movimento dentro do banco. Até que duas senhoras saíram e ela as acompanhou, abanando o rabinho. Chamei uma das senhoras e antes mesmo que eu perguntasse qualquer coisa ela se adiantou dizendo que a cadelinha não era dela. Pertencia à Daniela, que estava no Posto de Saúde. (Ela me viu fazendo as fotos, deve ter ficado preocupada se eu faria denúncia... Adiantou-se nas justificativas). Como eu tinha reunião virtual do Conselho às 14 horas e já eram 13h45min, perguntei onde essa Daniela morava e ela me respondeu que era no Viradouro.
Vim para casa e, com o coração apertado, comecei a fazer contatos com pessoas conhecidas, para saber onde era esse local. Até que, ao contactar minha amiga Marly, ela informou que esse local ficava próximo à sua residência e que, inclusive, ela já tinha visto a bichinha passar na rua, acompanhando sua humana. Foi aí que eu dei uma de Lydia Maria (outra história) e pedi à Marly para subir o morro e descobrir onde morava a tal Daniela. Alguns dias depois, eu já tinha todas as informações. Perguntei à Marly se ela poderia ir comigo buscar a cadelinha para iniciar o tratamento. No dia combinado lá fomos nós duas morro acima. (Viradouro, na verdade, trata-se de uma rua sem saída, o que justifica o nome; ao final, encontramos o bar da Aparecida, tia da Daniela). A acolhida foi desconfiada, mas nosso comportamento obstinado colocou termo em cada obstáculo e momentos depois estávamos com a veterinária a bordo para coletar o sangue para exames. Ao detectar o estado da bichinha, nossa querida Aline(2) disse que ela não resistiria às quimioterapias. Estava totalmente desidratada, muito magrinha e já estava comendo o próprio tumor. Decidimos, então, interná-la. E assim, no dia 29 de agosto, Babi (como as meninas da veterinária a chamavam) iniciou tratamento de anemia, doença de carrapato. Muitos remédios, exames semanais, complementação com fígado, cuidados incansáveis das Alines e Hemily. Até que a Yasmim chegou de viagem e decidiu que já poderia iniciar as sessões de quimioterapia. Foram 07 semanas. Tempo suficiente para Yasmim ir e voltar. E castrá-la. Depois de exatos 60 dias internada, fomos levá-la, bem gordinha, de volta para casa. Que alegria! Havíamos prometido ao Miguel (de 6 anos) que devolveríamos sua amiguinha, e assim o fizemos. Marly também participou desse retorno. Que dia feliz, meu Deus!
Foi então que fomos ver o tamanho de nosso débito. Nesses 60 dias, pagamos dois exames de sangue com doação de Celeste e Dirce e duas sessões de quimioterapia, por nossa própria conta. Yasmim fez a castração "pro bono", mas, ainda assim ficamos devendo 600 reais dos 60 dias de internação e 350 das quimios restantes. Ou seja, 950 reais.
Então, decidimos por uma 2ª Ação entre Amigos, ainda em 2022, para terminarmos o ano com tudo certinho.
As mãos operosas chegam junto, sempre!
Minha irmã é a fada madrinha dessas ações. Desde o início. Basta eu sinalizar que preciso recorrer aos amigos e ela corre para as linhas e as transformam em arte. As almofadas sempre são bem-vindas.
Então, tivemos as capas de patchwork da Janaina Samel, um lindo jogo de sousplat da Áurea Mattos, as almofadas feitas pela minha irmã, com enchimento feito pela mamãe (tem que ver o capricho na escolha dos forros), um trio de toalhas de prato pintadas pela Lucrecia Aquino e incrementadas por um jogo de 6 guardanapos brancos e 6 porta-guardanapos também da Áurea Mattos. E, para terminar, o kit café especial.
Em uma semana já tínhamos atingido a meta, então, decidimos acrescentar alguns números (devido à procura) para ajudar no tratamento da Amora (que também passou pelo mesmo procedimento). Essa cadelinha é da Dona Maria e ficou sob a tutela do Sandro e da Dirce. Foram enviados 240 reais para o Sandro, que arcou com as despesas de quimioterapias.
Gratidão aos amigos! Sem eles, eu nada conseguiria.
Por trás de cada Ação há a misteriosa Mão Divina nos arranjos, nas intervenções, nos motivos que nós mesmos nem sabemos. Há uma força que nos empurra e quando vemos, já estamos agindo. E o sentimento de alegria é inenarrável. Que manhã de sábado maravilhosa o dia 29 de outubro! Subimos para devolver a bichinha totalmente curada. Nenhum passeio substituiria aquela sensação de estar conectada com o Universo, com o Criador.
Eis os registros fotográficos:
A primeira foto, antes de entrar na agência da Caixa |
Graziela foi a ganhadora do 5º prêmio! |
A querida Norma Corrêa levou o 4º prêmio. |
Denilza foi a feliz ganhadora das almofadas: o 3º prêmio. |
o 2º prêmio viajou para Cantagalo e foi fazer a alegria da Andreia (prima da Cristina, que, aliás, me ajudou muito, indicando novos amigos). |
Andréa levou o cobiçado 1º prêmio e, não foi a primeira vez a ser sorteada. |
Prêmios embalados com muito carinho pela Rita. |
O prazer em embalar com capricho. |
A preocupação em arrumar lindamente para os registros. |
Tudo prontinho! |
Ação estendida em 24 números! |
Meta de 950 reais atingida em uma semana! |
Zerando dívida com a Yasmim. |
De volta ao Lar! Curada, vacinada, vermifugada, tudo que tem direito... |
Ah... presentes para o Miguel! Doações vieram de todos os cantos, mas preciso registrar a mochila novinha que foi presente do Waldyr Barcellos. |
Ao ler o seu texto fiquei emocionadissimo. Acredito eu que o Senhor colocou anjos na Terra para que pudéssemos nos sentir seguros, principalmente os animais. Amiga, sempre que tprecisar pode contar comigo.
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