"O tempo tem uma boca imensa.
Com sua boca do tamanho da eternidade
ele vai devorando tudo, sem piedade.
ele vai devorando tudo, sem piedade.
O tempo não tem pena.
Mastiga rios, árvores, crepúsculos.
Tritura os dias, as noites, o sol, a lua, e as estrelas.
Ele é o dono de tudo.
Pacientemente ele engole todas as coisas, degustando nuvens, chuvas, terras lavouras.
Ele consome as histórias e saboreia os amores.
Nada fica para depois do tempo.
As madrugadas, os sonhos, as decisões, duram pouco na boca do tempo.
Sua garganta traga as estações, os milênios, o ocidente, o oriente, tudo sem retorno.
Sua garganta traga as estações, os milênios, o ocidente, o oriente, tudo sem retorno.
E nós, meu neto, marchamos em direção a boca do tempo."
Bartolomeu Campos Queirós
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