sexta-feira, 13 de março de 2015

Camadas

Às vezes penso que para nos desvencilharmos do "homem velho" que há dentro de nós, vamos eliminando camadas, como uma cebola. Ou como um caranguejo, que ano a ano troca a casca porque a "roupa" fica apertada demais.
Nossas camadas estão na alma. Ao eliminar uma velha, a que surge está bem sensível, fininha e, somente aos poucos, bem aos poucos, vai encorpando. E é nesse momento em que ainda estamos com a camada fina, que sofremos e choramos nossas dores de homem novo querendo suplantar o homem velho.
Hoje estou com minha camada tão sensível que não posso ficar com argumentações, muito menos com rebeldias. Estou proibida de pensar demais, questionar demais, forçar qualquer reflexão. Preciso descansar a alma. Não fazer planos, nenhuma análise, nenhuma lista
Estou de luto. Perdi uma grossa camada que eu sei, não me servia mais... e não me fará falta. Mas eu estava "protegida" com ela. É um paradoxo. 
Sinto a alma arder, porque exposta. Mas sei que superei um pouquinho mais a mim mesma. Cada lágrima de dor doída da alma nos engrandece, enrijece nossas camadas e nos prepara para uma mudança.
Novamente as palavras estão me faltando. Há, dentro de mim, a concepção da ideia, mas meu vocabulário é empobrecido demais para expressá-la. Num outro momento...
Por ora, vou cuidar do meu luto. Vou descansar.

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